Aqui na Editora Timo, ser pai e ser mãe é padecer na leitura mesmo. Por isso, separamos 10 conteúdos especiais e fundamentais sobre maternidade, amamentação, bebês e famílias do nosso livro Um Presente para a Vida Toda
A princípio seriam apenas 30 frases – e sim, há 30, 40 e muito mais essenciais. Reduzimos para 15… Finalmente chegamos em 10! E você precisa ler o livro do pediatra Carlos González na íntegra para realmente entender do que estamos falando.
1. AMAMENTAÇÃO E ESTRESSE
“Uma das melhores maneiras de acabar com a amamentação é assustar a mãe, convencê-la de que ela não vai conseguir, que amamentar é muito difícil… É uma estratégia comum dos fabricantes de leite artificial. Mas, atenção, não estou dizendo que as mulheres assustadas, nervosas ou estressadas não podem amamentar. É claro que podem! A amamentação não é uma delicada flor, mas sim uma das funções mais poderosas do nosso organismo. Uma função vital (não para a mãe, mas sim para seu filho). Todos os nossos órgãos podem falhar (de alguma coisa temos que morrer), mas ficar sem leite é tão raro como ter uma parada cardíaca ou uma insuficiência renal.”
2. SOBRE A LIVRE DEMANDA
“Muita gente (mães, familiares, médicos ou enfermeiras) lê ou ouve sobre livre demanda e pensa: “Sim, claro, não precisamos ser rígidos com as três horas, se ele chorar uns quinze minutos antes pode mamar, ou se estiver dormindo não é necessário acordá-lo imediatamente”. Ou então: “Sim, claro, em livre demanda, é o que eu sempre disse, nunca antes de duas horas e meia nem depois de quatro horas”. Tudo isso não é livre demanda. São apenas horários flexíveis, que é claro que não são tão ruins quanto os horários rígidos, mas continuam causando problemas.”
3. CONFUSÃO DE BICOS
“Alguns médicos insistem dizendo que a confusão de bicos não existe, e que dar uma ou várias mamadeiras a um recém-nascido não prejudica em nada a amamentação. A verdade é que não há evidências experimentais, porque para isso teríamos que dar mamadeira de propósito a um grupo de bebês, escolhidos aleatoriamente, para ver o que acontece. Os que acreditam que isso não é ruim não se preocupam em fazer o estudo, e nós que acreditamos que é ruim pensamos que não seria ético fazer um estudo assim. “E que diferença faz se há evidências ou não?”, pensará o leitor. Diante da dúvida, é melhor não dar mamadeiras e pronto.”
4. SOBRE COLO
“Nossa sociedade tem muita dificuldade de reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto, que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso…Preferem pensar que o bebê está doente, que precisa de um remédio. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para a cólica que continham barbitúricos (e, é claro, o bebê desmaiava). Outros preferem ervas e chás, remédios homeopáticos, massagens. Todos os tratamentos que conheço têm uma coisa em comum: exigem que se pegue o bebê. O bebê está no berço, chorando. A mãe o pega no colo, dá o chá de camomila, o bebê se cala. Ele teria parado de chorar igualmente sem o chá, com o peito ou só com os braços. Se, pelo contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar o chá, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que explorasse o berço, um computador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de chá direto na boca… Você acha que o bebê se acalmaria assim? Não é o chá, não é o medicamento, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.”
5. OS GRÁFICOS DE PESO
“As linhas do gráfico são representações artísticas (ou seja, são produzidas para ficarem bonitas) de funções matemáticas. Elas não têm nada a ver com o crescimento dos bebês reais. É totalmente normal que os bebês cortem uma ou duas linhas para cima ou para baixo (é claro que não de uma vez, mas ao longo dos meses), tanto de peso quanto de altura. É normal que subam de percentil em peso e caiam em altura, ou ao contrário.”
“No entanto, o lema da nossa sociedade parece ser: no trabalho deve-se render 100%, e as crianças são atendidas como se pode.”
6. DOR NOS MAMILOS
“MUITA GENTE pensa que a dor é inevitável, que é parte da amamentação, que a mãe tem de aguentar. Não é verdade. Dar o peito não precisa doer. Pode haver um leve incômodo nos primeiros dias, pela falta de costume. Mas não dor. A dor indica que alguma coisa não vai bem, e a causa mais frequente (nos primeiros dias, quase a única) é a má posição.”
7. PARENTALIDADE E TRABALHO
“Ainda hoje, em grande parte do mundo, uma mãe pode lavrar um campo, caminhar quilômetros com uma carga de água ou lenha, vender (ou comprar) no mercado, tecer ou cozinhar, com seu filho nas costas. É claro que uma mulher cava mais devagar quando carrega o filho nas costas, e precisa fazer pausas frequentes para atendê-lo. Sua produtividade diminui. Mas isso não é um problema em muitas sociedades, porque a lista de prioridades está bem clara: as crianças devem ser 100% atendidas, e, quanto ao trabalho, faz-se o que se pode. No entanto, o lema da nossa sociedade parece ser: no trabalho deve-se render 100%, e as crianças são atendidas como se pode. Podemos mudar isso de novo. Digo mais, tenho bastante certeza de que mudaremos. Nossa atual organização econômica é estressante demais, entra em choque demais com nossas necessidades biológicas. É claro que há muitos cargos em que seria perigoso ou inviável levar um bebê. Mas em muitos outros as crianças são proibidas por costume, e não por um motivo racional.”
8. DESMAME
“Se pelo motivo que for você deseja desmamar seu filho, convém fazer isso pouco a pouco, reduzindo o número de mamadas ao longo de algumas semanas, ou pelo menos em vários dias. O desmame brusco é muito difícil para a criança, para a mãe e para a família toda (que tem que ouvir o choro da criança). Lembre-se de que o peito não é só comida, mas também carinho, contato, consolo, relação humana… Justamente por isso precisei escrever este capítulo sobre como desmamar. Se o peito fosse só comida, a pergunta “como eu posso desmamar?” teria uma resposta ridiculamente óbvia: “Cada vez que ele pedir o peito, em vez de peito você dá um copo de leite ou um sanduíche de presunto”. Mas não é tão fácil.”
9. CHORO DO BEBÊ
“Os bebês choram. É normal. É inevitável. Os bebês coreanos, os africanos, todos choram. Ainda que estejam no colo as vinte quatro horas do dia, choram. O que acontece é que choram menos. Não estou dizendo que quando o bebê chorar você tem de sair correndo para acalmá-lo. É claro que às vezes você está tomando banho, ou na cozinha com o óleo quase queimando, ou fazendo qualquer outra coisa. Tente pelo menos falar com ele, olhar para ele, sorrir para ele. Se um bebê tiver que esperar, de vez em quando, alguns minutos até que alguém atenda o seu chamado, não é o fim do mundo. O problema é deixar um bebê chorar de propósito e frequentemente. O problema é fazer isso enganada, porque alguém que afirma saber muito (um parente, uma vizinha, o médico, o autor de um livro…) disse que chorar é o melhor para o seu filho, que se você pegá-lo no colo ou consolá-lo ele ficará malcriado.”
10. AMAMENTAÇÃO E MEDICAMENTOS
“SE O MUNDO fosse o lugar tranquilo e redondo que nos prometeram, um livro para mães sobre aleitamento materno não deveria ter um capítulo sobre medicamentos. Não deveria nem mencionar o tema. A possibilidade de que um medicamento que a mãe possa tomar prejudique o bebê é tão remota que não vale a pena sequer mencioná-la. É mais fácil ganhar na loteria (em todo sorteio alguém ganha) do que ter problemas com um medicamento durante a amamentação. E, nesses casos absolutamente excepcionais, o médico que receita o medicamento em questão deveria saber o que fazer. Mas o mundo está louco. Os medicamentos não causam quase nenhum problema durante a amamentação.”
E aí, você gostou da seleção? Conta pra gente?
E compartilha, podemos desmistificar muito sobre amamentação e parentalidade juntos.
1 comments
Nossa… que vontade de ler este livro! E como eu gostaria de ter lido enquanto ainda estava grávida… Sensacional!