A volta às aulas e a lista de material escolar

Janeiro chegou com volta às aulas e para quem vive no universo materno chegam também as famigeradas listas de material escolar. Os grupos de mães no whatsapp borbulham de perguntas e sugestões sobre onde e como economizar na hora de comprar livros, apostilas, lápis de cor, tesouras, pastas e afins.

Lista de material escolar: em Novembro ou em Janeiro?

Na verdade, pelo menos no caso da escola do meu filho mais velho, a lista de material escolar é liberada em Novembro. Bem a tempo de aproveitar o “Black Friday” e antes dos reajustes tradicionais de preços que acontecem nesse segmento logo que vira o ano (numa onda totalmente inversa do resto do comércio, que faz liquidações e queima de estoque em Janeiro).

Confesso que sou do time dos ansiosos planejadores e compro todo o material logo quando faço a matrícula do ano seguinte. Guardo tudo numa caixa no armário da garagem pelos próximos quatro meses. Só deixo os livros didáticos para comprar após a virada do ano pois já caí na pegadinha de comprar antes e aparecer uma “edição revisada” do dito cujo antes do início das aulas.

Planejar sendo mãe: volta às aulas com lições para nós

Mas não estou falando tudo isso para me gabar ou para dar alguma lição de planejamento pois, depois que me tornei mãe, tenho um forte “pé atrás” com essa história de planejamento. É você planejar alguma coisa com antecedência e, no dia, sair diferente. Afinal, não depende só mais da nossa vontade e ação. Há criaturinhas envolvidas no processo.

Estou falando isso pelo saudosismo que tenho nessa época do ano da minha infância e de como todo o processo é diferente hoje em dia. Lembro com riqueza de detalhes de sair com a minha mãe e com o meu irmão em um final de semana e passar o dia inteirinho batendo perna de papelaria em papelaria, de livraria a sebo, até completar a lista inteira de material. Como se fosse uma gincana.

Lojas lotadas, filas quilométricas. Tenho certeza que a minha mãe nos levava para essa confusão toda só para ter alguém para marcar lugar na fila de pagamento enquanto ela corria atrás do papel almaço e da cola bastão. O prêmio era poder escolher um estojo de lápis novo. 😊

Como era comprar material escolar quando eu era criança…

O curioso é entender o efeito dessa experiência na memória financeira da criança. Eu via a minha mãe vender os livros antigos em sebos, depois pesquisar pelos novos em várias lojas, escolher entre várias opções, negociar, as vezes ter que pagar mais caro por não encontrar o produto em outro lugar, enfrentar uma fila e esperar minutos intermináveis para pagar, carregar sacolas e mais sacolas… chegar em casa exaustos. Depois checar na lista se tudo foi comprado corretamente, encadernar cada livro com plástico e etiquetar com os nossos nomes escritos por nós mesmos em papel adesivo.

Lista de material escolar via whats: pra ontem!

Hoje em dia, mando a lista pelo whatsapp da vendedora da papelaria, ela manda o orçamento de volta, negocio, faço um pix e no dia seguinte a caixa está aqui em casa. Em Fevereiro, “milagrosamente”, meu filho recebe uma mochila recheada de itens novos, tudo pronto para ir para a escola.

Penso com os meus botões: que pena ele perder essa experiência tão rica.

O quanto os nossos filhos “perdem” de experiências financeiras que poderiam enriquecer o aprendizado deles sobre a vida adulta quando optamos pelo caminho mais prático e tecnológico de lidar com o consumo.

De certa maneira é mais fácil para a criança lidar com a frustração de aceitar que não terá uma mochila nova para ir para a escola quando ela não está diante de mochilas lindas, brilhantes e com cheiro de novas lá na papelaria.

Como sempre digo, “o que os olhos não veem, o coração não deseja comprar”.

Assim como para os pais é mais fácil cumprir essa tarefa da lista de material sozinhos do que ter que lidar com os pedidos incessantes de itens extras vindos de uma criança no meio da livraria lotada.

Meu compromisso para 2022 é procurar menos “facilidades digitais” na hora do consumo e deixar o meu filho participar mais dos momentos de compra.

E o seu? Você tem algum compromisso financeiro para fazer com o seu filho em 2022?

 

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