Seu filho não precisa de mesada e eu vou lhe provar isso

Já reparou que é quase uma unanimidade entre as demandas dos pais e os educadores financeiros infantis o tema da importância da mesada para a infância? Na verdade, seu filho não precisa de mesada.

Todos têm dicas, receitas, números e frequências ideais para cada idade. Todos falam como se os seres humanos fossem robôs desde a infância e tivessem todos o mesmo perfil comportamental e as mesmas habilidades socioemocionais. Não, não existe fórmula mágica para usar a mesada. Na verdade, a mesada não é necessária para educação financeira do seu filho. E eu vou lhe provar isso.

Quando pensamos em educação financeira, pensamos em habilidade de gerir tudo que envolve o dinheiro, certo? A maior, e mais importante, habilidade financeira que devemos ensinar às crianças é a gestão emocional. Principalmente saber se conter perante as tentações de consumo que invadem todos os ambientes online e offline nos quais interagimos hoje em dia.

E como fazer isso? A mesada é uma dessas ferramentas

Com a mesada é possível ensinar concretamente para a criança as entradas e saídas financeiras. É possível ensinar o poder da economicidade, dos juros compostos, do planejamento. A mesada é uma ferramenta muito legal e bem completa. Só tem um detalhe: ela não é para qualquer perfil criança.

A mesada complementa bem a educação financeira das crianças que têm perfil proativo. Crianças que conseguem se virar bem sozinhas para resolver problemas pessoais. Crianças com perfil mais independente. Isso porque, bem ou mal, a mesada é um dinheiro que “cai fácil” na mão, sem precisar de nenhum grande esforço.

Na vida real, as coisas não são assim

E não, não adianta você querer condicionar a mesada do seu filho ou filha com atividades domésticas ou estudos porquê dessa forma você estará apenas ensinando para eles que ajudar a cuidar da casa e da família é uma opção e não uma obrigação.

E quando a criança é extremamente dependente e insegura, o que acontece? Você usará outras ferramentas, mas não a mesada. Nesse caso, tão importante quanto ensinar sobre o dinheiro, é ajudar a desenvolver primeiro a habilidade da autoestima.

A capacidade de acredita em si mesma e de vencer obstáculos. Sem essas habilidades comportamentais, o seu filho pode ser um às da mesada, mas não conseguirá voar muito alto financeiramente no futuro.

O sucesso é para os corajosos, disse Jorge Ibaka

Com a autoestima em dia, ajude a criança a empreender. A “fazer” a própria renda. Mostrar que é capaz de gerar dinheiro com o próprio esforço. Aliás, empreender, para mim, é anos-luz a melhor ferramenta financeira para ser usada com as crianças.

Por na vida é assim: é preciso se esforçar para as coisas boas virem. Dá trabalho, nem sempre dá certo, mas a cada passo a gente aprende mais e vai mais longe na próxima tentativa.

E você aí, já pensou em dar mesada para o seu filho? Que tal trocar a mesada por estimulá-lo a empreender?

Paula Andrade (@‌paulaandrade) é educadora financeira para famílias e crianças, autoras de livros e colunista do blog da Timo.

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