#MaturidadeNaLivraria: e se a gente escolhesse NOMEAR-SE de modo diferente?

No encontro de setembro na Livraria da Vila, na Fradique (em São Paulo), eu e a Mariângela recebemos a Janaína e a Roberta como convidadas e facilitadoras e foi, mais uma vez, um encontro muito potente!

Depois das apresentações de praxe (quem somos, como o projeto começou, quem são as convidadas, agradecimentos para a livraria, quem são as pessoas presentes na roda), Roberta propôs fazermos alguns exercícios simples (beeeem simples, acessíveis para qualquer pessoa) para relaxar o corpo, para que a gente conseguisse estar mais presente ali na roda, com uma musiquinha suave de fundo.

 

Uma vez relaxadas e conectadas com o momento, sentamos em círculo e lemos coletivamente um conto chamado “A esposa guerreira”, cada uma recitava um trechinho. Terminada a leitura, tecemos comentários a respeito do texto, trocamos impressões, falamos de detalhes, debatemos pontos de vista parecidos mas não iguais – curioso como sempre podemos ampliar nossa visão de mundo se estivermos dispostas a ouvir a outra, não é?!

Esses momentos foram importantes para a atividade seguinte, ponto alto do encontro, o NOMEAR-SE: Janaína propôs que a gente refletisse sobre alguns “atributos” que ela ia apresentando e explicando, anotasse nossas impressões (ela trouxe papel e caneta) e fosse montando um novo perfil pessoal, como se a gente tivesse uma nova “certidão de nascimento”, a partir dessa escuta.

 

Maturidade na Livraria: Nomear-se

 

As questões pra gente refletir foram:

– Nome: quem sou e como me reconheço, qual qualidade ou atributo eu tenho? Eu sou… o quê?

– Data: em qual momento eu percebi que sou o que respondi acima? Em que momento eu me pari nessa qualidade acima?

– Naturalidade: onde eu nasci, em qual território, onde eu surgi com esse “nome” e nessa “data” diferente?

– Sexo: o que me dá tesão, o que me faz pulsar, muito além de ser do sexo feminino?

– Filiação: o que eu recebi, o que eu não sou, o que me torna única?

Respondida essas provocações, ops, questões, deveríamos também desenhar uma versão dessa nova mulher e nos reapresentar ao grupo.

E aí, amigas… a conversa na roda ficou bacana demais!

Conhecemos, então, a Asas, que nasceu descalça, no espaço dona de mim, que pulsa com a troca e não é passiva. Conhecemos também a Desbravadora (uma delas, tinha duas na roda!), que nasceu na separação, no território da consciência, cujo sexo é o aprendizado e a filiação é a assertividade. Conhecemos a Cristal, que nasceu na fuga, natural da liberdade, que pulsa com a confiança e não se cala. (Re)conhecemos tantas mulheres incríveis, de nomes diferentes e tãooo mais interessante que as Anas e Joanas de antes… foi demais!!!

Os desenhos também foram inspiradores, é bonito de ver a criatividade em curso, tanto rabisco feito despojadamente ali, mas com tanto significado!

Então, decidi me reapresentar, lá e cá: sou a Encontros, no plural mesmo, nasci na maternidade, surgi no momento que senti a primeira mexida do bebê na minha barriga, o que me move é o encontro com o outro, o que me torna única é essa minha insistência na busca pelo coletivo. Muito prazer!!!

Só me recuso a mostrar meu desenho, affe, eu elogiei (sinceramente) os desenhos das outras mulheres, mas o meu… estava tosco demais!  😉

 

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Terminado o encontro, tiramos algumas cartas dos oráculos que estavam à nossa disposição e nos inspiramos mais um pouco, falamos de livros que podiam nos interessar (eu, por exemplo, levei 3 títulos para mostrar), batemos fotos e fomos pro café, no espaço anexo, continuar o papo, relaxar, curtir, realimentar… Foi realmente um encontro rico demais, rico daquilo que nos é mais caro: respeito, coragem, partilha, troca, confiança, afetos!

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E a cereja do boulos (desculpe, não sou capaz de evitar o trocadilho bonitinho neste momento!) vai ficar pra mostrar mais no próximo encontro: eu produzi uma camiseta com os dizeres • maturidade • menopower • militância • movimento • mulher •, mas ela não chegou a tempo, o correio só entregou no dia seguinte, acredita? A camiseta ficou MARAVILHOSA (eu acho), então segue uma primeira imagem.  E tô pensando em produzir também canecas e adesivos… que você acha? 😉

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#MaturidadeNaLivraria é isso: um encontro franco de e para mulheres de todas as idades, para debatermos nosso processo de amadurecimento e pensarmos juntas nossas realidades, aberto para todo mundo que estiver disponível para essa conversa. A cada mês um tema e convidadas distintas, com textos compartilhados (e vouchers para usar na livraria), muito riso (e algum choro, sempre acolhido), conexão, emoção, vivências, trocas, abraços, olho no olho, esperança, leveza… Sonhos reais acontecendo aqui e agora.

Anote na agenda: teremos apenas mais dois encontros #MatruidadeNaLivraria, em 17 de outubro e 21 de novembro, esperamos vocês na Livraria da Vila da Fradique, a partir das 15h!

Ubuntu, eu sou porque nós somos. Venha você também, vamos ocupar nosso espaço!

Ana Basaglia é mãe, avó, mulher madura, publisher, founder da Editora Timo, cofundadora da Matrice, exímia leitora e colecionadora de estatuetas de elefante e jabuti! Também é mulher curiosa, ativista, lactivista e que ama caminhar em grupos.

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