Em uma sociedade hostil, onde ficam as mães e as crianças?

Ser mãe não é fácil. Não é fácil engravidar, gestar, ter o bebê, conseguir parir com respeito e segurança, amamentar onde, quando e como quiser, com suporte social e rede de apoio. Conciliar maternidade e trabalho, então, é tarefa mais difícil ainda.

Todo mundo pensa que pode julgar você, escolher por você e definir por você como devem ser as suas prioridades frente a esse papel, ser mãe. Ou você se submete a uma maternidade neoliberal ou você se submete a uma maternidade sacrificial. Ambas caminham lado a lado com o sistema patriarcal.

Onde estaria, assim, uma maternidade livre de imposições? Onde a experiência materna seja levada em consideração? Em uma sociedade hostil com mães e crianças, o caminho desafiador é politizar a maternidade e torná-la emancipatória.

Segundo Esther Vivas, autora do Mamãe Desobediente, lançamento na Editora Timo, em reportagem ao El Pais, “a maternidade e a criação dos filhos devem ser um assunto público. Viver a maternidade de uma maneira plena não é algo que deva ser reivindicado não só de um ponto de vista individual, mas também sob um prisma social e político, porque, afinal, a forma como a vamos viver não depende só das práticas que possamos levar adiante, mas também do meio onde se exerce essa maternidade. E o meio, infelizmente, é um meio hostil à criação, hostil às mães. A violência obstétrica é um claro exemplo de como não se levam em conta as necessidades das mães. Também se vê claramente na amamentação, porque vivemos em uma sociedade que dificulta esta prática.”

A maternidade não é mais o caminho óbvio para as mulheres, não é mais o objetivo da vida. Não mais. Por isso, chegou o momento de escolher: como a maternidade pode ser vivida?

MAMÃE DESOBEDIENTE: onde ficam as mães e as crianças?

Mamãe Desobediente é um livro que fala da maternidade de um ponto de vista consciente. Por isso, tem como premissa uma visão política do que é ser mãe. Em uma sociedade hostil e hiperprodutiva, onde ficam as mães e as crianças?

Politizar a percepção do que é a maternidade coloca em perspectiva toda uma narrativa sobre domesticidade da mulher enquanto mãe, da reclusão relegada à maternidade e às crianças e ao papel social (e econômico) do cuidado não remunerado – as mulheres são responsáveis pela maioria do trabalho do cuidado não remunerado em todo o mundo.

ESTHER VIVAS, nova autora da Editora Timo

Esther Vivas é autora do livro que vai fazer você repensar a maternidade.

Espanhola, Esther é jornalista, mestre em Sociologia e ativista de diversos movimentos sociais, incluindo consumo e alimentação. Tece, assim, uma perspectiva crítica sobre a vida – e a maternidade é uma de suas pautas principais. É autora de Mamãe Desobediente e a principal voz sobre maternidade feminista na Editora Timo. O livro Mamãe Desobediente chega às prateleiras da Editora em Maio de 2021, no mês das mães. Mais que um livro, uma proposta de transformação.

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