Volta às aulas significa pensar na lancheira das crianças

Bebês e crianças estão voltando para a escola e, com isso, vem um desafio para muitas famílias: o que colocar na lancheira do filho? Dentro daquela bolsa, temos que aliar aquilo que é bom para a saúde com algo que vai durar até o momento do lanche e que terá boa aceitação! Então, temos que planejar a combinação para um dia, mas, também, a variedade ao longo da semana!

Qual o horário do lanche?

Para começar, vamos pensar em que momento acontecerá esse lanche, qual é a sua duração e onde a criança vai comer. Precisamos ter atenção para que consigam comer sem grandes dificuldades já que o lanche, geralmente, representa uma refeição rápida!

Quanto à variedade, é importante considerar alguns grupos alimentares. O primeiro deles, com a função de repor e fornecer energia que as crianças tanto gastam, será o dos cereais, raízes e tubérculos. Aqui, estamos falando de um pão caseiro, uma tapioca ou milho cozido, por exemplo. Depois, pense em um alimento que seja rico em proteínas.

E as proteínas da lancheira?

Ele será do grupo do leite e queijos, carnes e ovos ou, mesmo, dos feijões. Feijão no lanche? O feijão pode soar estranho, mas outra leguminosa, como o grão-de-bico, pode virar um patê! Por fim, escolha um alimento do grupo das frutas ou, então, legumes e verduras, que pode ser um brócolis como recheio de uma torta ou uma tigela de tomatinhos com cubos de queijo.

Parece muita coisa, mas usar a estratégia de pensar em preparações que irão incluir vários alimentos é uma possibilidade que ajuda bastante. Além dos exemplos que já trouxe aqui, um iogurte com frutas picadas e aveia também representa um lanche completo e rico!

E o suco?

Parece que já faz parte de uma lancheira o envio de uma bebida preparada, mas, na verdade, esse alimento não é necessário. A função do suco não seria substituir alimentos, mas hidratar. Nesse sentido, quem melhor cumpre esse papel é a água! Se, por algum motivo, for difícil ficar sem o suco, envie em quantidades pequenas (de um a três anos, por exemplo, a criança poderia tomar 120mL ao dia), opções naturais, sem açúcar e que sejam diluídos.

Aproveitando que estamos falando de alimentos que não são recomendados, nunca é demais lembrar que açúcar não deve fazer parte da alimentação das crianças até, pelo menos, os dois anos de idade. Alimentos ultraprocessados, como biscoitos e pães de pacote, iogurtes com sabor e embutidos, também devem ser evitados. Aqui mora uma outra dificuldade porque os alimentos ultraprocessados costumam ter uma durabilidade maior, o que facilita bastante a vida do adulto. Por outro lado, como estamos falando de refeições rotineiras, uma criança que diariamente come biscoitos ou toma achocolatado de caixinha terá uma frequência muito maior do que seria o esperado para esses alimentos.

Enfim, como se resolve o desafio da durabilidade?

Todos os lanches que são perecíveis (como lácteos e frutas já cortadas) precisam de utensílios térmicos. Inclusive, considerando dias mais quentes, você pode incorporar o hábito de incluir gelox ou similares. Manter a lancheira higienizada diariamente também é um cuidado importante.

Algumas frutas cortadas escurecem com mais facilidade e isso pode ser evitado se colocarmos algumas gotas de limão.
Como a escola é um ambiente coletivo, não é raro acontecerem trocas de alimentos entre as crianças ou, pelo menos, o interesse de uma pelo lanche da outra e isso pode gerar alguns desafios adicionais. Como lidar se algum colega leva lanches mais processados e com açúcar, por exemplo? Nesse caso, vale uma conversa com a escola para entender melhor quais as regras e, inclusive, discutirem mais sobre a importância do espaço escolar na formação e promoção dos hábitos alimentares saudáveis.

Para finalizar observe seu filho e converse com ele. Veja quais alimentos voltam com mais frequência e tente entender o motivo. Não necessariamente é porque a criança não gosta dele. Tente perceber se a quantidade de alimentos precisa ser ajustada. Conforme a criança cresce, ela pode ajudar a construir o cardápio semanal dos lanches. Afinal, quando ela participa desta etapa, além de valorizarmos a sua opinião, dividimos uma responsabilidade importante com os pequenos!

 

Viviane Laudelino Vieira
Doutora em Ciências – Mestre em Saúde Pública

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